sábado, novembro 26, 2005

A coisa que eu sou


Ando a ler isto. "A coisa que eu sou", de Ana Teresa Pereira. Vou na página 73, no conto de que até agora estou a gostar mais: "Da realidade das sombras". Vou exactamente nesta parte:

"- Eras tu - murmurou.
- Sempre.
Ela, sentada à beira de uma fonte seca, no centro de um jardim abandonado.
Ela, imóvel, junto a uma porta que não existia.
Ela, ainda, descendo de um comboio, numa noite de nevoeiro.
(A forma como a sua cabeça caía para o lado, como a dum pássaro, quando fazia amor...)
Ela deitando veneno num copo...
Ela, morta num quarto fechado.
Perdeu-se nos olhos da mulher como num espelho."