sábado, março 04, 2006

Perturbação

A certa altura, o narrador explica tratar-se de um Amor Feliz porque é um Amor sem história. Ou será ao contrário?
A verdade é que a história deste Amor é feita assim, de pequenas descrições do que se repete quase todos os dias, nesse encontro de amantes, invariavelmente à mesma hora (com um único atraso dela e eu já estou na página 83).
Descrições de pequenos gestos, com algumas falas pelo meio e mais algumas considerações.

"Mas compreendo, num relâmpago, o que até aqui não tinha compreendido: que a sua insegurança, para além da sua beleza, é o que supremamente me perturba; e que essa mesma insegurança é o que de dia para dia a vai tornando mais arrebatada, como se assim pretendesse compensar-se ou compensar-me, de dia para dia inventando tudo, reinventando tudo, aderindo a tudo, excedendo tudo, sempre que voltamos a ser, em cima desse divã (cada vez, aliás, com maior frequência), uma renovada praia submersa, uma renascida árvore na horizontal."

(p. 66)

2 Comments:

At 06 fevereiro, 2007 11:16, Anonymous Anónimo said...

Keep up the good work » »

 
At 21 fevereiro, 2007 18:22, Anonymous Anónimo said...

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